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Sonho de Salvador Dalí


Vejo tigre em feroz afã

Em pequena abelha

Pousando sobre uma romã

Minha Gala é Galatéa

Russa companheira

Às vezes atômica

Outras, parte de infinitos espelhos

Que revisito ao pintar

Meu olhar é excêntrico

Fragmento as formas

Em mais que três dimensões

Os frágeis ovos moles

Me servem a um filosófico desjejum

São metáfora do fluxo das horas

De relógios flácidos

Que demarcam tempo nenhum

Ilusória persistência da memória

Pinto narizes que se projetam

Escavadas paisagens

De surreal arranjo

Descreio de demônios ou de anjos

O que me atormenta

É a impossível perspectiva

Dos incônscios sonhos

Do delírio que nossa realidade

Inventa.


Marco Villarta

Lavras, 20 de junho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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