Jorge Luís Borges
Escritor universal que nasceu na Argentina. Como ele mesmo diria, em uma de suas muitas imagens no espelho, foi um grande leitor. Seus méritos de autor parecem resumir-se nisso. No entanto, esse é um dos inúmeros enganos a que ele nos induz. Há um fingimento, uma armadilha que nos faz acreditar nossas as ideias que ele expõe e julgá-las roubadas por ele. Mas, por outro lado, como ele próprio diz, as páginas e ideias não são nossas, não são dele... há somente um redizer de todos os textos. Mas, se os textos reditos e relidos passam a ter outros sentidos, serão ainda os mesmos ? Nós, que os lemos, seremos ainda os mesmos ?
Há palavras, despedaçadas palavras, nos desertos, nos labirintos, nos espelhos, nos encontros e diálogos em que os objetos são os protagonistas e nós somente seus coadjuvantes. Como os punhais que provocam outro duelo entre pessoas, num outro século, somente para se reencontrarem, a história, a filosofia, a teologia e todas as classificações e enumerações humanas vão nos reeditando, nos convocando para serem ramos da literatura fantástica.