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Fratura

Quando o corpo cansa

E a dor alcança

Os cantinhos mais sutis

Da alma já antiga...

Quando o sopro quase cessa

E, fraco, desconecta cada peça

Do cenário já desbotado

Quando o tônus de cada fibra

Já não vibra nas vias da vida

Quando a voz já não ecoa

Nos ouvidos (dos) outros

E, feito mito grego,

Vira maldição de eterno eco

Quando os olhos nos espelhos

Pressentem difusos simulacros

Já não enxergam, nem divisam contornos

O entorno das sombras imiscui-se

Nas tímidas réstias de luz

As fronteiras de um deserto

Não são linhas, nem pontos

São dobras, pespontos

Desencontros...

 

Marco Villarta

Oliveira/MG, 25 de agosto de 2025

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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