Álogo
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
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Olho para o lado e já desconheço as direções A ausência é inimiga dos pontos cardeais Sem ponto de referência, vago aos ventos Sucumbo ao silêncio de sons que se calaram Qual folha seca, temo sem medo a espera Por desavisados pés que irão triturar A ressecada forma do que já foi algo melhor Um alguém que perdeu uma doce luz solar Aquecendo a alma, dando direção Para as abelhas encontrarem alimento Não há mais pólen, não nascem mais as flores É verdade: o tempo ameniza, aos poucos, as dores Mas engana. Apaga, para isso, a dolorida alma E somente barganha. A dor de quem vaga É da natureza do eterno e misterioso antes Um impossível ponto que precede a Criação Não sobrevivemos a isso, não importa a luta Somos filhos do tempo, matéria dos sonhos Enregelada névoa vai impregnando a língua Sem o outro, a palavra deixa de acontecer.
Marco Villarta Lavras, 13 de setembro de 2021.




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