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Véritas


Há no seio das coisas

Um meio de encontrar

A si e aos outros

São poucos os que decifram

O enigma de sisuda esfinge

Há os que fingem

Com desnuda audácia

Crerem em falsos paradigmas

Há, também, é claro

Os avaros pela vaidade

De únicos donos da verdade

Tal qual leito do cruel Procusto

Aplicando ao mundo e a seus entes

Injusto métron, arrogante medida

Quem saberá qual o secreto âmago

O diligente afago ao real do mundo

Mais que profundo interdito

O veredito não se acha sozinho

Somos teias de complexas relações

É no interstício, nas pontes

Que as perplexas faces

Enfim se contemplam

E descobrem, por fim,

Que a verdade está nos atos

Fatos são acidentes

Meras sementes

Do que fazemos juntos.


Marco Villarta

Lavras, 05 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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