Visgo
- Marco Villarta

- 16 de out. de 2023
- 1 min de leitura
A falta que a falha faz
quando esgarça a história
que temos
quando traça a linha
do que tememos
perder
ver(-se) desvanecer
Feito névoa, diáfana neblina
no escuro dos corroídos muros
nas fronteiras do espelhado céu
pois o que pensamos ser distância
é reflexo
esférico nexo
circunvoluindo
persistindo
para além do que ainda vemos
no aquém em que vivemos
paradoxo a memória
ser amálgama de ausências
intermitência do que já não somos
insistência na nitidez do que fomos
sutil desconfiança de sermos
algo mais do que um ou dois
o intermédio entre o antes e o depois
o epilogo que antecede o preâmbulo
sonâmbulos
trôpegos
tateando o que já não está
haverá de ser
haverá de ter
mais que a almejada resposta
mais que a densidade do espelho
mais que a dor paralisante dos artelhos
que nos põe de joelhos
ante o mistério
ante o etéreo
eternecer.
Marco Villarta
Lavras, 16 de outubro de 2023.




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