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Vigília

Às vezes, velo O desvelo com que Se entrelaça o novelo Do existir E, feito gato, Primo mais em brincar Do que descobrir O real sentido das coisas Pois que as coisas São o que são Por isso, nem são Sem nós Nesse entremeio Do infinitamente pequeno E do exponencialmente grande Não se aprende a ver o que há E se confunde na verdade Que se empilha Entre um pulsar e outro Existimos e já não somos E voltamos a ter A afinidade com o mundo Que também pulsa E... quem saberá... Seja talvez tão efêmero Quanto nossos sonhos Vai ver não sou eu Que respiro Quando retiro do devir O movimento de ser Das ínfimas cordas Ao infinito que gravita Há a vida Sem começo nem fim Há algo ao lado E por entre cada respirar Do misterioso cosmo Um de nós, no subsequente Poderá já não estar.

Marco Villarta Lavras, 14 de abril de 2023.


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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