Vertigo
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Arquitetos da compreensão Tentamos construir explicações Tecemos no ar, na névoa Desenhamos no spray da chuva fina Sabemos lá quantos modelos Falhamos sempre Quando se trata do principal Onde a substância do tempo Onde a efêmera duração dos atos Quando a permanência dos juramentos Somos cordão, corrente, encadeados E somente prosseguimos Enigmática procissão o existir Os interruptos, todos os cessares Mas também os inícios, as gêneses E tudo de intermédio, no continuum Como dizia o maluco Raul Somos o início, o fim e o meio Essa fila não é em linha reta A flecha sempre serpenteia Em infinita e abstrata espiral A beleza desse inesperado trajeto Tem trejeitos de cósmico jogo O lógos talvez seja humana pretensão De decifrar carcomido astrolábio De um céu que ainda está por se mostrar Somos, quem sabe, desavisados adivinhos Tanto do futuro, quanto do passado Não lemos nas linhas de outras mãos São as nossas que desenham o próprio gesto São nossos olhos que, ao final, Perplexos se encontram nos espelhos.
Marco Villarta Lavras, 12 de setembro de 2021.




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