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Ventura

A estrada não tem sombras

E os ombros não descansam

Quando as dores que alcançam

Pesam como mundos distantes

E, de fato, é a distância dos antes

Em recursivo recuo, até o infinito

Não sabemos nunca se há o início

Ou se nossos tempos são tão curtos

Que os olhos se nublam na lonjura

Do que nos precede ou do que espera

Na invisível esquina, em algum ponto

Mais à frente, somente imaginado

Temido ou sonhado

Em imprevista emboscada

Desconhecida cilada

Cujo bote nos aguarda

Incautos, em viagem atordoada

Em desavisada morte

Que a sorte nos propõe.


Marco Villarta

Lavras, 19 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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