Ventura
- Marco Villarta

- 19 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
A estrada não tem sombras
E os ombros não descansam
Quando as dores que alcançam
Pesam como mundos distantes
E, de fato, é a distância dos antes
Em recursivo recuo, até o infinito
Não sabemos nunca se há o início
Ou se nossos tempos são tão curtos
Que os olhos se nublam na lonjura
Do que nos precede ou do que espera
Na invisível esquina, em algum ponto
Mais à frente, somente imaginado
Temido ou sonhado
Em imprevista emboscada
Desconhecida cilada
Cujo bote nos aguarda
Incautos, em viagem atordoada
Em desavisada morte
Que a sorte nos propõe.
Marco Villarta
Lavras, 19 de julho de 2022.




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