Trekker
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Percorro os caminhos sem saber bem ao certo Quais são metafóricos, quais deles são reais Nunca tive condições de fazer o de Santiago Buscando sereno tempo de minha iluminação Mas sinto que aprendo o mergulho em mim Em outros trajetos, feitos com calculada lentidão Alguns deles são labirintos, com ou sem paredes Há vias que são sagradas, e onde paro em cada dor E mesmo aquelas que desconheço para onde possam ir No meio de tantas, penso numa só, abstrata, atemporal Penso em Dante, e em sua selva escura, fácil perdição Antes de começar pelos círculos infernais seu peregrinar Porque há mais que feras, que um leopardo em tocaia A noite que sonega as luzes aos caminhos mais desertos Não é sequer ausência de sol ou da elétrica iluminação É interna, dos medos e solidões que caminham ao lado Emparelhadas ao cansaço das pernas físicas tocando o chão Há o perigo que mais aterroriza cada desavisado caminhante O de prosseguir na vida, essa trilha sem garantias, nem direção Paradoxo que, nela, tenhamos exatamente o medo de perdê-la.
Marco Villarta Lavras, 25 de setembro de 2021.




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