Transtopia
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Estranho sujeito, meu vizinho de existir Trocava o dia pela noite, sempre que enluecia Gostava dos cuidados de tratar o jardim Mas como as plantas dormiam, improvisava Criava, cada noite, pequenos sóis E às vezes, pequenas nuvens no quintal Havia árvore que abrigava tantos gatos Que pareciam ser seus frutos naturais Diz-se da magia ser sortilégio sagrado Em suas mãos, era, talvez, suave brincar Sei que cantava, baixinho, sons harmoniosos Dos que o Universo conheceu ao nascer Para ele, vizinho, nada era estranho, incomum Nunca soube seu nome, mas sempre me sorria Ao, quase sem pressa, passar por mim Não sei quando se foi, nem se mesmo existiu Sei que enquanto, senti ser de novo criança E acreditar na bondade, no além do paraíso Que pode ser mais que um onde ou quando Pode, mesmo, estar muito perto, dentro, quem sabe Ou seja, somente, uma diferente forma de olhar.
Marco Villarta Lavras, 09 de agosto de 2021




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