Transbordo
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
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Vivo Vou andando marulhando as pedras, matutando as perdas Faz frio. Mas, sem saber por que, me imagino às margens de um rio Parece ser o Volga, o Sena, o rio da Prata ou o Paraíba do Sul Pode ser um rio dos mitos, ou o tão querido rio de Heráclito Visto um sobretudo azul escuro e vou com as mãos no bolso Vejo isso na vigília e não no sonho Estou tranquilo, quase sereno, mas pensativo e só Será que nos sonhos é que eu habito E lá é que engendro essa realidade paradoxal ? Vai ver sou holograma de uma nave estelar Sonho de Brahma, talvez sonho de muitos Trabalho de formigueiro, cada um com seu naco Seu fardo Penso com poesia no que pode ser o Universo E a insondável mente da incognoscível divindade Não porque me movam fantasiosas utopias A esta altura da existência, reflito no espelho E, refratadas, voltam algumas poucas certezas Não é preciso o ofício da arte Mas, imagino eu, seja o que mais se aproxima Do que imperfeitamente chamamos verdade.
Marco Villarta Lavras, 10 de agosto de 2021.




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