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Tikun

Tem horas que parece Que se vai morrer de tristeza Que se esvai a beleza Que decai a esperança E o singular evento Da morte pontual do outro Traz a consciência Do ir-se aos poucos Do viver morrendo Do estar percorrendo Contraditórias estradas E em cada uma dessas horas Não se chora Nem se ri A contemplação de si Na alheia ausência É às vezes bênção Outras, maldição Não Nem uma, nem outra É ver nas formas A função E ao invés Ser responsável Pelo que se estetiza Ver além e aquém E na cegueira Da excessiva luz Ver que se esgueira Mais do que sabemos Mais do que podemos Compreender.

Marco Villarta Lavras, 08 de janeiro de 2023.


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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