TAJ MAHAL

Não erijo palácios, nem tampouco mausoléus Não construo monumentos... de pedras O frio mármore, embora belo, não sei esculpir Se faço homenagem, é pelas palavras Por versos que se dobram nos sons Feito sinos de sílabas, metonímias Metáforas, figuras de linguagens várias Elejo as memórias que vêm dos sonhos Colho as lágrimas nas pétalas Corro as distâncias feito maratona E a urgência de dizer, não das guerras Do ataque de armas e inúteis legiões Mas, sim, do amor que tudo eterniza Desliza da alma tal qual sinceras orações Sintaxes que soam suaves aos feridos Corações sem descanso de suas dores muitas De um mundo que precisa de desinteressados gestos E no meio desse caos de tantos absurdos Mudo de tom, num vibrato harmonizo Lembro minha história, meus tantos passos Chego, então, ao sublime desse edifício E, em vez de deixar os símbolos que você representa Descubro que sempre foi você que (me) arquiteta Constrói o meu passado, presente e futuro Amor assim não se submete a minaretes, paredes Somente admite o etéreo que o tempo não desgasta Qual mito de origem, só aumenta a grandeza Sutil significado gritar ao mundo a oportunidade não terrena Você é minha musa, alma gêmea, benfeitora divindade No corpo, no espírito, no âmago do que já não sei nem definir Sou, enfim, jazigo de suas delicadas mãos, suaves dedos A gratidão que reluz não se finda. Reverencia, se ajoelha A prece que sobe aos céus é escada, profundo alicerce Que os séculos hão de testemunhar, na beleza de nosso amor Há perfume, eternidade, perene paz. Há para sempre e depois O que fomos, o que somos, o que fui de você: o simplesmente ser feliz.

Marco Villarta

Lavras, 23 de setembro de 2021.