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Stellarium

Círculos de luz

Circunscrevem

Quando escrevem

Leves esboços

Iluminam

Profundos poços

E só sossobram

Diáfanos dissolveres

Círculos de luz

Giram, infinitos,

Mesmo pequenos

Porque são

Meadas desprovidas

De fio

São adesivas fitas

Sem o óbvio começo

Delimitam um dentro

E um incerto exterior

Motor em perpétuo

Descálculo

São doces absurdos

Signos dos mais

Profundos mistérios

Círculos de luz

São o chão que

Repisamos

O ar que respiramos

A vida que sorvemos

São discretos paradoxos

Somos e não somos

A um só tempo

Desistimos de insistir

Para além do que

Nós vemos

Para aquém dos sonhos

Que tem(em)os.


Marco Villarta

Lavras, 05 de junho de 2024.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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