Soneto da indignação
- Marco Villarta

- 3 de jun. de 2022
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Se digo da injustiça, cobrem-me as pedras De raivoso linchamento, hipócrita tribunal Se me compadeço do igual, olham-me de lado Como se fosse pecado compreender-se humano
Se prescruto as íntimas, profundas vias da alma Em busca das éticas respostas ao devir existencial Sou louco, no inútil desvario, no ingênuo fazer De atos vãos, de viagem em barco hospicial
Se cobro que a pólis seja justa, a convivência sã Me vejo colocado entre os que propõem a destruição Dos pretensos altos valores, da impoluta civilização
Por fim, se na humana condição, vejo o universo Na angústia de participar da responsável convivência Sou contado entre os hereges, entre os piores vilões
Marco Villarta Lavras, 11 de novembro de 2021.




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