top of page

Soneto da indignação


Se digo da injustiça, cobrem-me as pedras De raivoso linchamento, hipócrita tribunal Se me compadeço do igual, olham-me de lado Como se fosse pecado compreender-se humano


Se prescruto as íntimas, profundas vias da alma Em busca das éticas respostas ao devir existencial Sou louco, no inútil desvario, no ingênuo fazer De atos vãos, de viagem em barco hospicial


Se cobro que a pólis seja justa, a convivência sã Me vejo colocado entre os que propõem a destruição Dos pretensos altos valores, da impoluta civilização


Por fim, se na humana condição, vejo o universo Na angústia de participar da responsável convivência Sou contado entre os hereges, entre os piores vilões


Marco Villarta Lavras, 11 de novembro de 2021.

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados

bottom of page