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Sinfonia


O ritmo do existir Parecer ser sincopado Irrefreável, mas descontínuo fluir Entrecortado de notas e pausas Às vezes de pesar, outras... Quem saberá de todas as causas Nem haverá meios de descobrir Não há nada por debaixo da música Senão o próprio tocar Diz-se existirem deuses com liras Mentiras... cabe o duvidar Eu, de minha parte, ouço apenas E pequenas partes ouso apreciar Desconfio, como qualquer um, Também fazer parte do arranjo No sonho dos éons, divino ressonar Anjos e humanos, plantas e pedras Sencientes entidades, seres desconhecidos Somos, na verdade, sopros de tubos De grande órgão de catedral O instrumento é magnificente Com infinita escala, exponencial Fico curioso pra saber Qual será a plateia Se o opus agrada, afinal.


Marco Villarta São José dos Campos, 09 de janeiro de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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