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Simbiose II

De quantos infinitos pode se fazer uma vida De quantas entregas pode se nutrir uma alma De quantas vidas pode ser cada instante Junto de alguém que inscreveu em monumentos Do tempo para além dos sonhos, da memória Matéria indestrutível em que foi escrita Com a tinta serena e leve do amor incondicional O que compreendemos da divindade é pouco Mas há signos que ultrapassam nossa tênue razão É luz de vela diante do descomunal, de gigantesco sol Fusão de corpos, amálgama de existires num só Não sei dizer de mim, depois de ter conhecido Com você, por você, em você, inefável sinfonia De tantos céus acima do que imaginamos ser Nessa história me surpreendo dizendo em línguas várias Sons guturais, roucos ruídos, impossíveis palavras Sincréticas melodias que saem para além da simples voz Sou foz, sou singularidade, sou o antes de tudo e o depois Só não sou mais capaz de me ver no espelho e, velho, Não enxergar o tempo longo, grande, o sentido dessa ressurreição.

Marco Villarta Lavras, 27 de setembro de 2021


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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