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Silêncios


Ando pela casa Grita um silêncio De cada objeto cada peça de roupa projeto grande ou pequeno memórias cada móvel ou arranjo pensado junto comprado junto Desço os degraus da alma exala outro silêncio de dunas desertas alienígena cenário de estacionário planeta no lado sem sol Olho em volta o mundo ainda está lá as pessoas as ruas as cidades as estradas vejo tudo congelado e sem vida como quando seus olhos se fecharam dentro de mim tudo ainda vive vívido mas meu lado que é você já não produz a seiva que mantém o viço do seu lado que era meu prossigo com dificuldade mirando as coisas vendo borrada aquarela negligentemente exposta à chuva Por fim, há um silente não-sentido dos (a)fazeres dizeres dadá surreais incompreensões Aos poucos sinto que a consciência falha esse território alteritário perdeu um pilar um polo meu alicerce de me saber existir.


Marco Villarta

Lavras, 10 de julho de 2021

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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