Salmo cotidiano
- Marco Villarta

- 1 de jul. de 2022
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Incognoscível divindade
Que eu sinta nos raios de sol
Sua indefinida face
Que a brisa suave
No remanso das tarde
Seja meu descanso
Por ser seu hálito de vida
Porque me faltam
Todas as forças
E a esperança de continuar
Se teus anjos puderem
Dar atenção a cada formiga
A cada alga do profundo do mar
Que possam, também,
Amparar minha pequenez
Não é falta de gratidão
Pelo inestimável do existir
É, antes, a mais sincera prece
Que a alquebrada alma
Consegue enunciar
É humildade dos pés machucados
Pelas pontudas pedras da estrada
Inefável divindade
Se possível for
Dissipa tamanha solidão
Quero voltar à unidade
Que pude ter num lampejo
Um insignificante momento
Do tempo para o sem-tempo
De sua dimensão
Nessa base da árvore
Onde me encontro
Tudo o que é sólido
Se desmancha entre as mãos
Tudo o que é certo
Está perto do fim
Assim me debato
E é fato que já não sei
Cumprir o caminho
Nesse doloroso ínterim.
Marco Villarta
Lavras, 01 de julho de 2022.




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