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Sagitário

Para Gilda Vilarta


Onde estão seus olhos carinhosos Onde seu jeito de não machucar Restam só os retratos Só as memórias As lembranças das festas de aniversário As casas suas que eu visitava O brincar de carrinho com as compras A inigualável polenta frita Os bolinhos de chuva, redondos Que chamei de pedrinhos A hospitalidade O jogo de buraco O sorriso doce A cumplicidade de sagitarianos Resta a dor Da distância Da geografia que separa as pessoas queridas Do tempo que afasta os encontros Do partir inevitável Acima de tudo Gratidão imensa Pela maternidade que me elegeu Filho do coração Que pena a surdez precoce Que pena não termos mais cantado As músicas antigas Ainda bem que a escrita Foi nosso último contato Dor e memória são vizinhos Um dia nos reencontramos Seja no que for Na eternidade Nada Nalgum vestígio de luz Obrigado, Tia Zilda Pelo melhor de mim Que compartiu.


Marco Villarta 24 de outubro de 2017

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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