Rotas
- Marco Villarta

- 6 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
No descompasso
dessa batida
O coração palpita
que nem de longe
Nos errantes passos
de ilusória despedida
Esmaeço minhas cores
Estremeço meus rumores
Que as dores hão de ter fim
Que o tempo não é assim
Em outros mundos tão diversos
E se desconverso sobre mim
É porque me sinto incompleto
E caminho direto
para o camarim
tiro do rosto o carmim
que me faz fingir
seguir perfeito
estar ainda inteiro
depois, se sorrio
é pelo que fomos
é pelo que seremos
pois sei que nos veremos
nas esquinas de existências
escondidos por entre os portais
roubando beijos seus
meus eus não serão mais um
sem seus olhos, sem a visão
do rosto que me faz crer
ser possível ver a criação
a face sem rosto de Deus
as mãos que se revelam
na mais perfeita emanação
Já não sei o que digo
Desse antigo, eterno laço
Terno abraço que é canção
Que é talvez defeito
De se fazer rarefeito
Em cada ressurreição.
Marco Villarta
Lavras, 06 de julho de 2022.




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