Refração
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
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De dentro do espelho, emparedado, vejo o segredo No avesso de Poe, não vejo corvos, nem gato preto Tal como Borges ou García-Márquez, sinto a magia De um labirinto sem paredes , sacrílega liturgia
De uma espiral de nomes que se repetem, confusos Na história requentada em suas versões para obtusos Cidadãos sem ágora, imaginando-se fictícios napoleões Defendem o inimigo, vociferam contra os próprios peões
No xadrez que jogam, acham que é cosplay a cidadania Arrotam bordões, arrogam desrazões em apoio à tirania Às vezes me canso e me dou conta do humano insucesso
Os terrores maiores não são nas noites, dentro dos sonhos São as banais cumplicidades, os falsos álibis. Então suponho: Hipocrisia tem sempre esfarrapada desculpa, seu estipulado preço.
Marco Villarta Lavras, 13 de agosto de 2021.




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