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Refração


De dentro do espelho, emparedado, vejo o segredo No avesso de Poe, não vejo corvos, nem gato preto Tal como Borges ou García-Márquez, sinto a magia De um labirinto sem paredes , sacrílega liturgia

De uma espiral de nomes que se repetem, confusos Na história requentada em suas versões para obtusos Cidadãos sem ágora, imaginando-se fictícios napoleões Defendem o inimigo, vociferam contra os próprios peões

No xadrez que jogam, acham que é cosplay a cidadania Arrotam bordões, arrogam desrazões em apoio à tirania Às vezes me canso e me dou conta do humano insucesso

Os terrores maiores não são nas noites, dentro dos sonhos São as banais cumplicidades, os falsos álibis. Então suponho: Hipocrisia tem sempre esfarrapada desculpa, seu estipulado preço.


Marco Villarta Lavras, 13 de agosto de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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