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Quasesfério

Do outro lado do céu

Os dias continuam iguais

Do outro lado dos medos

Os contidos gritos

Mantém-se normais

Aos acostumados ouvidos

Diante das súplicas

Do outro lado da alma

As noites são o que são

Densas, escuras fendas

Tendas em que habitam

Os perdidos sonos

A escassa e fugitiva paz

Do outro lado do céu

Inverte-se a simetria

Somos nós as abstratas formas

Somos nós mitológicos seres

Do outro lado do imenso rio

Somos as incontáveis margens

Que não cabem na humana geometria.


Marco Villarta

Lavras, 21 de maio de 2024

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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