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Quando...


Quando a tristeza não cabe mais Já não uso mais a trena, nem a balança Que pena, a alma já não alcança a medida Da vida dilacerada, da esperança que se esvai Trai o gesto inútil, os planos interrompidos E o vivido é, assim, meio que inútil objeto Dejeto de tesouro enferrujado, naufrágio Que os ágeis dias vão carcomendo, aos poucos, Os alegres, loucos sonhos, junto esmorecendo Morrendo ao lado, sem respirar, sem ir sequer Desmedir a desesperança, despedir lembranças Que o nunca mais brinca de fustigar o peito Perfeita capitulação, feito fim de festa, triste Existe, enfim, infinito que não doa tanto Encanto que seja sucedâneo ? Que aplaque O baque de tanto amor que ficou sem direção Quando a tristeza não cabe mais Só há silêncio, já não há espaço pra consolação.


Marco Villarta Lavras, 16 de novembro de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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