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Pretexto


Sonhei fazer versos Quem sabe de três pés Versos tortos, eu sei Mas foi o que consegui Na vida aprender Mas no sonho pode Qualquer coisa acontecer Sonhei que fazemos juntos A existência não só dos versos O universo não deixa de ser O que entressonhamos, O que tecemos no fio do sono Para manter vivo cada um Acordei inquieto, intrigado Continuo sem saber Versos de três pés Mas desconfio do dormir Acho que é diverso o que vi No fundo, é sobre o humano Talvez a esfinge de Tebas possa dizer O cajado ajuda o homem já velho Mas não é menor o apoio Dos outros quando do aprender a andar Desisto de fazer versos de três pés Acho que quero entender menos dos sonhos E aprender a respeitar o mistério Inviolável do que significa o viver.


Marco Villarta São José dos Campos, 30 de agosto de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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