Performance
- Marco Villarta

- 21 de mai.
- 1 min de leitura
Se falseio os gestos
se em falsete canto
os roucos cânticos
em desafinada celebração
das incompletas sílabas
das fragmentadas frases
das estilhaçadas faces
com que os narcísicos espelhos
tocam meu olhar
se meneio o cansado crânio
e busco um ausente ombro
onde recostar
se trapaceio os conceitos
como se fosse certa
minha convicção
Se símile a outro qualquer
fora do palco
sou só nudez
quando me dispo da escura túnica
quando não há rosto
por detrás da persona
se me refugio
nas marítimas conchas
nas mais recônditas caves
quando a noite cai
e o anfiteatro sucumbe
ao mais denso silêncio
aos tril(h)ares das sombrase antes de me recolher
junto os andrajos
amarfalho os pedaços
do que, fingindo
,já fui.
Marco Villarta
Lavras, 12 de outubro de 2024




Comentários