Pedagogia
- Marco Villarta

- 28 de nov de 2024
- 1 min de leitura
Por que não nos ensinam
Que não existe beleza
Sem as necessárias dores?
Que não se pinta um quadro
Sem suas mais obscuras sombras
Sem as intermédias penumbras
Que não se esculpe a bruta pedra
Sem suas reentrâncias,
Sem seus veios
Por que não nos ensinam
Que o belo não é a indiferença
De uma morna cena blazé
No avesso
É picada de abelha
Centelha de intenso provocar
Dos nossos disformes contornos
Ou dos borrões que os confundem
Por que não nos ensinam
Que os mesmos latejantes espasmos
São, às vezes, o que nos irmana
Humanos
Velejantes sob o mesmo incerto céu
Por que não nos ensinam
Que a eventual felicidade
É a calma de percorrer picos e poços
Abismos e montes
E é nessa paisagem nada monótona
Que nos vemos
Vivemos
Aprendemos.
Marco Villarta
Lavras, 28 de novembro de 2024.




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