Parábolas
- Marco Villarta

- 22 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Será que as palavras voam?
Sei que as palavras ressoam
Que se espraiam pelos tempos
Pois todo infinito é um evento
Irreconhecível momento
Que ultrapassa qualquer espaço
Que vai nos escrevendo com traços
Que são mistério dentro do sonho
Sonho dentro de suave delírio
Será que as palavras criam?
Sei que as palavras nos enviam
Para insuspeitadas dimensões
Que às vezes são escuros porões
Outras, tantas, são redenções
Será que as palavras iludem?
Ainda que mudem a cada pronunciar
Sei que as palavras têm a textura
De fino biscoito que se desmancha
Na boca que se abre para enunciar
Esses mágicos símbolos, óbolos
De diferente barqueiro: Não são efígies
nos olhos dos que morrem
São o que temos das coisas, e erigem
Ora, portentosos castelos
Ora, tormentosos desvelos; são a herança preciosa
Que compartimos com outras gerações.
Acho que cada palavra é uma criança curiosa
Que depende de cada um dos humanos
Para crescer e construir mundo próprio
Se são opróbrio, se são gentis ou até divinas
Dependem do profundo da alma, de quem fala
São valises, são malas onde arrumamos, da vida,
O que começa, e também o que termina.
Marco Villarta
Lavras, 22 de junho de 2022.




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