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Pantopia

Dentro, em algum lugar,

talvez haja uma origem

para os sons que ouço

sem explicação

se são loucura

ou invisível orquestra

não sei dizer

Em algum espaço

que é lugar-nenhum

em algum calendário

que é tempo de ninguém

sinto cheiros sem saber porquê

escondidos buquês

pressinto serem senhas

que meu corpo indicia

sob um sopro do além

sob um hálito da memória

vindo de eterno coral

nesse outro mundo que suspeito

só há sinestesias

vejo sons, ouço cores, formas, luzes

mas, mais que isso,

vivo tempos

ora simultâneos

ora descontínuos

sinto cruzar diferentes mundos

e, qual teia infinita,

sinto ser parte

arte e ciência

senciência

puro existir.

 

Marco Villarta

Lavras, 05 de dezembro de 2024.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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