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Palimpsestos

Dizem que o corpo é camada Mas a alma também em fatias Desenrola-se pelo infinito Até a insondável fonte Dizem que a memória É ficção dos poetas Que somos Nos momentos de dor Dizem, ainda, Que a vida é fluxo E perplexos Sorvemos o assombro De nos ombros Carregarmos mundos vários Desvarios Ousados rios Que marulham Nas afiadas pedras Sem se deter jamais Sem serem mais Que impalpável fluidez Talvez o amálgama De tantos versos da alma Seja o que pensamos dizer O que ousamos desistir De explicar De expiar Espairando-nos nas frestas Debaixo de carcomidas janelas Fenestras Ambidestras Portais Sinais Do que não sabemos Mais entoar.

Marco Villarta Lavras, 09 de fevereiro de 2023.


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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