Mutirão
- Marco Villarta

- 10 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Clamei ao Universo
Um verso de alento
Em que tento diverso
Caminho, e, converso,
Me rendo ao sublime
Tergiverso sobre os limites
Solfejo sons que sibilam
Antevejo tons que rebrilham
Reúno os tantos fragmentos
Guturais cantos de lamentos
Ulcerosas trilhas na carne
Cicatrizes de descontínuos tempos
(in)felizes, intermitentes passos
Em incertos, desconexos espaços
E se traço trilhas desproporcionais
É por ciclos, por trajetos fractais
Não me culpo por supostas fraquezas
A beleza do humano itinerário
É arrendatário de necessárias memórias
Histórias que recriamos em confusos nexos
Avessos a causais explicações
Nessa sincrética harmonia
Os versos são realidade possível
Redenção de nossas piores sombras
Heroico resíduo que andrajosas palavras
Permitem responder ao de mais indizível
Risível recurso de quem, perplexo,
Se encanta pelo fazer com sutileza
Do que só é passível com o viver da arte
Parte única que justifica e transcende
Cada finitude que nos dissipa em pó
Fecunda sorte de quem pode se conceder
Coexistir.
Marco Villarta
São José dos Campos, 09 de outubro de 2022.




Comentários