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Memórias

Nas tácitas recusas de seguir em frente

A alma, reclusa, a se consumir dormente

Nas ácidas ausências, a força a lhe exaurir

Mendiga, suplicante de migalhas de afeto

Vacilante nas mais duras horas de angústia

No torpor de ser levado pelo vento sem direção

No horror de sentir-se fendida, sem vida, sem razão

No amor que se dissipa nas mais ínfimas frestas

Funesta, antecipa as lágrimas que lastimam o destino

O futuro no desatino que desalinha as linhas da fronte

de cada ontem que sublinha o vazio que descortino

e se enfrento as mais impensáveis desesperanças

é porque só encontro forças no eterno cuidado

que vi estampado sempre no meigo e doce olhar

que me permitiu ver em mim mais que o passado

o porvir de um amor que me fez mergulhar

no que vale da vida, no melhor do ter existido.


Marco Villarta

Lavras, 05 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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