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Kalimera


Queria ter a marota Liberdade dos gatos Condescender à serena Lealdade dos cães Queria entender o quê De eterna surpresa No olhar das galinhas Ter a inocência expressa Nos esféricos olhos Dos dóceis saruês Ainda o leve andar Dos noturnos felinos E o atento mirar Das corujinhas sardentas O quedar-se no ar Das impossíveis libélulas O esotérico vôo Das doces abelhas E uma que raivosa preguiça Dos ursos no hibernar Talvez a micelial Solidariedade das plantas Na trama de suas raízes Queria ser a própria terra O sagrado solo Mãe de nós todos Que os raios solares No início dos dias Vem com seus lábios tocar Acalentar Encalidecer No raiar ou entardecer Queria ter a incorporeidade Dos ventos que brisam E que brincam Sorrateiros De permanecer.


Marco Villarta Lavras, 08 de março de 2023.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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