Kairós
- Marco Villarta

- 22 de mai.
- 1 min de leitura
O tempo…
Os tempos cíclicos
das cosmogonias e religiões
o tempo labiríntico de Borges
o preguiçoso tempo dos gatos
O espaço-tempo de Einstein
O tempo a priori de Kant
Como será o tempo das borboletas
panambis, agora e aqui
num único dia
uma vida?
O tempo de Hawking
e das científicas ficções
O tempo e os dias
de Marte, Vênus
e sei lá que longínquos planetas
ou outras esferas
no infindo universo
multiverso
anverso
do onde em que estamos
haverá um correr para trás
feito Benjamin Button
a vida em contrário viés
dos pois és, dos senões
nascer velho, morrer infante
infame ironia de Fitzgerald
O tempo
das epifânicas sinestesias
das memórias sempre (re)construídas
as vidas são druidas
em dólmens, dançando ao redor
O tempo do amor
das infinitas esperas
do saciar-se intemporal
do dissolver-se outro
no existir do alheio
talvez melhor meio
não de explicar
que tempo, nem amor,
nunca se explica
se dedica, se sorve
se morre de viver
o tempo de existir
o arrastado tempo de se teimar.
Marco Villarta
Lavras, 31 de dezembro de 2023.




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