top of page

Kairós

O tempo…

Os tempos cíclicos

das cosmogonias e religiões

o tempo labiríntico de Borges

o preguiçoso tempo dos gatos

O espaço-tempo de Einstein

O tempo a priori de Kant

Como será o tempo das borboletas

panambis, agora e aqui

num único dia

uma vida?

O tempo de Hawking

e das científicas ficções

O tempo e os dias

de Marte, Vênus

e sei lá que longínquos planetas

ou outras esferas

no infindo universo

multiverso

anverso

do onde em que estamos

haverá um correr para trás

feito Benjamin Button

a vida em contrário viés

dos pois és, dos senões

nascer velho, morrer infante

infame ironia de Fitzgerald

O tempo

das epifânicas sinestesias

das memórias sempre (re)construídas

as vidas são druidas

em dólmens, dançando ao redor

O tempo do amor

das infinitas esperas

do saciar-se intemporal

do dissolver-se outro

no existir do alheio

talvez melhor meio

não de explicar

que tempo, nem amor,

nunca se explica

se dedica, se sorve

se morre de viver

o tempo de existir

o arrastado tempo de se teimar.


Marco Villarta

Lavras, 31 de dezembro de 2023.

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados

bottom of page