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Interstícios

Entre presenças e ausências Os ficares do já não somos Os tão vazios vãos Das lonjuras dos permaneceres Vai a alma Flanando Flutuando Por sobre líquidas espumas Mas contumazes Vorazes Em seus frêmitos Talvez fugazes Quem sabe hostis O silêncio que (sos)sobra Já não é o mesmo Quem o será, afinal? O suposto mal que nos aflige A esperança que por acaso Nos dirige Cada respirar É provável estertor? E o amor? Ahh...esse invisível Fenômeno indizível Epimomento Sofrimento Do antes e do depois A dois Às dores Sentimento inconcebível Como que o tempo Se contendo Quase se desculpando Por ser moto perpétuo Limiar do impossível Se eu fosse outro Que alheias dores sentiria O que de mim saberia? A resposta que já sei Nos olhos que me (re)viram No inspirar sincronizado Utopia do infinito No confinamento De outro corpo Já não é a caverna que é prisão Mas os fluidos limites Do cenário com o quadro O labirinto sem paredes Dos mais desolados desertos Por certo Pelo sim (qu)e também não Pelo gesto aprisionado no ar Pelo eco dos sorrisos Pelo que foi e é Preciso Alinhavo Desagravo De ainda estar aqui.

Marco Villarta São José dos Campos, 28 de dezembro de 2022.


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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