Iniciação
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Mistério é arcano, enigma Astuta e ambivalente esfinge Requer sempre solene respeito Impõe, pela dor, reverente silêncio Exige manter os olhos cerrados Não se olha impunemente Em direção a intensa luz Não foi feito para corpos de barro Animados com sopro tão fugaz É lugar interditado, eterno não-saber Se fosse um ente, mitológico ser Acho que, no fundo, seria piedoso De tão frágeis cosmonautas Viajantes efêmeros no tempo e no espaço Ante nossa impotência frente ao existir Creio que até verteria uma lágrima De seus olhos vendados e sem visão Suspiraria, então... Antes de nos acolher em seus frios braços.
Marco Villarta
Lavras, 13 de setembro de 2021




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