(In)dolência existencial
- Marco Villarta

- 21 de mai.
- 1 min de leitura
Rememorar as dores
É revivê-las?
Tê-las ao lado das mãos
No frente a frente dos olhos
Recolho as imperfeitas asas
E conto as penas feridas
As perdidas partes de mim
E, se assim, ainda me recupero
Espero na tênue expectativa
De que sobrevivo, respiro
E tiro de cada sopro
Mais uma impossível criação
Ouso, com ironia,
Assemelhar-me a um deus
Que bafeja na nesciência do nada
Habilidoso esboço da vida
Mas, infinitamente imperfeito
Faço atrapalhadas réplicas
Rapidamente me recomponho
Em minha mortal lucidez
As dores perduram
São o signo de estar por aqui
Vívido emblema do fluxo
Fugaz permanência
Do acontecer.
Marco Villarta
Lavras, 21 de maio de 2025.




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