Ikelos
- Marco Villarta

- 22 de mai.
- 1 min de leitura
onho novamente
A morte se achega
Me encontra deitado
dolorido, mas em paz
me dá um beijo lento
e não há hálito ruim
tem o perfume
dos que já se foram
e me fizeram feliz
Ao acordar desconheço
de qual sonho dentro do sonho
me aconteceu emergir
sinto, no entanto,
que tudo é sempre sutil
os vapores da alma
o lento extinguir-se do corpo
preservo, do sonho,
a plácida paz de ser parte
de todas as redes
ser ponto de delicado motivo
do cósmico bordado
e sou, ao um só tempo,
todos e nenhum
um apenas e um único
ser
vou sendo
nas revoltas águas do rio
que se adensa em ilimitado mar
então me compadeço das dores
e respiro, enfim, o éter sagrado
me inebrio de serena quietude
Quantas vezes vou dormir
outra vez?
Marco Villarta
Oliveira, 24 de dezembro de 2023.




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