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História


Para Neusa Cardoso

O que faz ver No outro O indizível do amor ? Atração. Mas o magnetismo não é Somente de ímãs É eletricidade Faísca Fagulha Centelha. Fogo primordial O que me atraiu em ti ? Mais que teu corpo Mais que o espaço Que os meus olhos Esboçaram de ti Foi um tempo que descobri No arrepio que Me fez desvelar Já te conhecer De outros universos De sonhos atávicos De versos não escritos. Não foi o sorriso Que iria saborear Não foi a curva dos seios Que ainda tentaria adivinhar Não foi, naquele instante, O olhar cúmplice Ou os estertores de prazer. O que me fez Me ver tem ti Foi o âmago de (co)existir De compartir o temor De construir línguas estranhas Países fantásticos Ficções tão íntimas. O que fez ser em ti É o imponderável do existir A evanescência de viver Pois os sonhos são vizinhos das sombras Os espectros são parentes Dos espelhos Dos raios De luz E amar é viver nas fronteiras Do dividir(-se) e do se perder É desconhecer-se no futuro Pois o presente Passado junto É o sem-tempo desse mistério É o deslocar-se desse sopro Incerto Terrificante É, por fim, O fascínio de fundir-se nesse não-saber.


Marco Villarta Lavras, 17 de janeiro de 2017

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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