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Hematomas

Se a noite é triste E insiste em machucar E resiste ao esforço De manter-se vivo Se até o corpo quasedesiste Em ressuscitar É que já falta a liga À têmpera do existir Já não há quem persiga Quaisquer caminhos Diziam os antigos gregos Da necessária e justa medida Mas quando as dores Sobrepesam E excedem os finos fios Da incerta e temerária vida As palavras faltam ou sobram E soçobram os simples atos De se respirar De ater-se ao chão De sentir ante o ar que envolve A forma vivente Do corpo meio carcomido Entretombado, vencido Atordoado e, talvez, De si mesmo Já se esquecido.

Marco Villarta Lavras, 16 de janeiro de 2023.


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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