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Gramapathica

Atualizado: 20 de jun. de 2022



Sento-me diante do papel

Em branco

Na névoa de um impreciso tempo

Entrevejo

Na transparência do delírio

Que pode ser lembrança

Platônica reminiscência

Uma fila enorme de escribas

Seu trabalho é lento

Há um silêncio

Não sei se sagrado

Não sei se secreto

Vejo os rostos

compungidos

A tensa expressão de trabalho

sinto que algo sangra

Das dores muitas

há a das lâminas

as que não cicatrizam

as que ferem também pela memória do corte

Quantas metonímias

Na bruma dos séculos

A caneta ou a tecla são espadas, ainda,

Sangro, também...

Escrever dói.


Marco Villarta

Lavras, 29 de setembro de 2017.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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