Gramapathica
- Marco Villarta

- 5 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 20 de jun. de 2022
Sento-me diante do papel
Em branco
Na névoa de um impreciso tempo
Entrevejo
Na transparência do delírio
Que pode ser lembrança
Platônica reminiscência
Uma fila enorme de escribas
Seu trabalho é lento
Há um silêncio
Não sei se sagrado
Não sei se secreto
Vejo os rostos
compungidos
A tensa expressão de trabalho
sinto que algo sangra
Das dores muitas
há a das lâminas
as que não cicatrizam
as que ferem também pela memória do corte
Quantas metonímias
Na bruma dos séculos
A caneta ou a tecla são espadas, ainda,
Sangro, também...
Escrever dói.
Marco Villarta
Lavras, 29 de setembro de 2017.




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