Gatínea ode
- Marco Villarta

- 4 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
Para Arthurzinho
Admiro a felina elegância
Aquela displicente
Maneira de sentir-se dono
Do que não é de ninguém
A altiva postura
Fingidamente casual
No lânguido caminhar
O olhar intenso
Cheio de insuspeitados botes
Mais ainda quando
Estende a pata
Pedindo o contato da humana mão
Me lembra a Sistina pintura
Mas sei que sou eu
Que sou o Adão
Tinham razão os egípcios antigos
São sagrados esses animais
Portais
De desconhecidas dimensões
São quase divinos
Talvez até mesmo os guardiões
Dos escuros segredos
Da segura direção dos raios de luz
Admiro o humor instável
O senso de graça
Somos aprendizes da vida
Mas os gatos já nascem despertos
Iniciáticos companheiros
Dos sonhos que não sabemos
Ainda que temos.
Marco Villarta
Lavras, 04 de julho de 2022.




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