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Gatínea ode



Para Arthurzinho


Admiro a felina elegância

Aquela displicente

Maneira de sentir-se dono

Do que não é de ninguém

A altiva postura

Fingidamente casual

No lânguido caminhar

O olhar intenso

Cheio de insuspeitados botes

Mais ainda quando

Estende a pata

Pedindo o contato da humana mão

Me lembra a Sistina pintura

Mas sei que sou eu

Que sou o Adão

Tinham razão os egípcios antigos

São sagrados esses animais

Portais

De desconhecidas dimensões

São quase divinos

Talvez até mesmo os guardiões

Dos escuros segredos

Da segura direção dos raios de luz

Admiro o humor instável

O senso de graça

Somos aprendizes da vida

Mas os gatos já nascem despertos

Iniciáticos companheiros

Dos sonhos que não sabemos

Ainda que temos.


Marco Villarta

Lavras, 04 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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