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Fermata


Dizem que o tempo Tudo ameniza Ah... uma entreverdade Não precisa Tantas outras Desmedidas cifras Desvãos Frestas de ruinas É certo que os agudos Se aplainam Mas a quase inaudível nota Do timbre mais baixo Ressoa Quase infinita Na sua solenidade perene Apenas disfarça A esguia silhueta Não parece ser dor Porque sutil Não lembra a tristeza Porque cala Singra águas Sangra devagarinho Goteja A vida esvaindo Não é paz Nem ilusório alento Lento, soturno, É noite Apesar do sol É silêncio que ensurdece Vazio que tudo toma.


Marco Villarta Lavras, 30 de junho de 2021

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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