Exílio
- Marco Villarta

- 22 de mai.
- 1 min de leitura
Sou estrangeiro
nessa terra da existência
Minha diáspora é respirar
minha ágora é estar só
por entre tantas faces
e, mesmo nos enlaces,
Me desconhecer
Sou estrangeiro
Na elocução da palavra
sinto o silêncio
do que o símbolo sobrepõe
sinto o imenso espaço
por entre cada pedaço de mim
desadivinho o improvável fim
Sou estrangeiro
nas retorcidas fibras do tempo
Aracne reconstrói com engenho
as teias nunca prontas do rememorar
Sou estrangeiro
de tantas memórias
do recontar de tantas histórias
Sou cronista de desconhecidos solos
e sinto atravessar universos
sem sequer sair do lugar
Sou estrangeiro de meu início
Sou estrangeiro de minha morte
forasteiro do que penso dizer...
Sou outro
Desesperançado de quem vai me decifrar...
Marco Villarta
Lavras, 05 de abril de 2024.




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