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Eternal II

Atualizado: 20 de jun. de 2022


Te amo sem culpa, sem qualquer desrazão E se a saudade é tanta, e a dor dilacera Não se assuste. Fazíamos, todos os dias, profecia Nos abraços e juras que davam ar para sorrir E fazer o tempo quase desistir de correr Te amo sem duração, sem qualquer pressa É perfeita a sintonia, foi assim desde o princípio Mas o final não termina o que sinto, E talvez seja ainda pior do que temíamos Não é loucura. Se fosse, a dor seria menos infinita Afeita aos amores que são do tamanho do mundo normal Mas sempre exageramos no gostar e fazer de cada objeto De cada sorriso, até mesmo os pedriscos por onde fomos passar Tudo foi grande, foi intenso, foi nosso até o fim E eu não estava preparado. Sabia estar cada vez menos A medida do vazio, quem saberá ? Te amo pela eternidade, e se mais de uma eu descobrir haver Então, que seja por todas elas, e alguma coisa a mais Nem que seja no tempo sem tempo Já não serei o que eu era, pois perdi a artesã A que decupava os sonhos e bordava uma casa feliz Te amo sem saber o que dizer, a não ser o tamanho da falta Que mesmo infinita, na dor, não sei calcular, sequer maldizer


Marco Villarta São José dos Campos, 30 de agosto de 2021

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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