Estigmas
- Marco Villarta

- 14 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
Há uma história dos estigmas
E no que mudam os paradigmas
É na expressão das cicatrizes
Ora é a lepra que as carnes dilacera
Outras vezes, uma tísica que encerra
Os sonhos de tantas gerações
Há ainda os loucos, em prisões
De torturas ou feitos zumbis
Por entorpecentes febris
Prescritos como inquestionável cura
Mas, desde o início, até a futura
Última persona sobre essa terra
Há um caótico, inescapável desterro
Cujas úlceras, mais profundas,
São da alma sempre oriundas
São os pedaços que deixamos
Pelos caminhos em que habitamos
No provisório evento do existir
São os buracos, signos do porvir,
Que um dia, talvez, já tenha sido
A dor final. Mas ainda será repetido
Em qualquer ponto desse desfazer-se
Evanesceremos. Com(o) o que vivemos
Sem sabermos, ao certo, se...
Marco Villarta
Lavras, 14 de julho de 2022.




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