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Estigmas

Há uma história dos estigmas

E no que mudam os paradigmas

É na expressão das cicatrizes

Ora é a lepra que as carnes dilacera

Outras vezes, uma tísica que encerra

Os sonhos de tantas gerações

Há ainda os loucos, em prisões

De torturas ou feitos zumbis

Por entorpecentes febris

Prescritos como inquestionável cura

Mas, desde o início, até a futura

Última persona sobre essa terra

Há um caótico, inescapável desterro

Cujas úlceras, mais profundas,

São da alma sempre oriundas

São os pedaços que deixamos

Pelos caminhos em que habitamos

No provisório evento do existir

São os buracos, signos do porvir,

Que um dia, talvez, já tenha sido

A dor final. Mas ainda será repetido

Em qualquer ponto desse desfazer-se

Evanesceremos. Com(o) o que vivemos

Sem sabermos, ao certo, se...


Marco Villarta

Lavras, 14 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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