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Essência
- Marco Villarta

- 22 de mai.
- 1 min de leitura
Me perguntam sempre
se poesia cura
se for remédio
não é sucedâneo
é subterrâneo da alma
que emerge
na dor retransformada
na vida transmutada
não é elixir
sequer é emplastro
mas é sutil porcelana
delicado vaso de alabastro
em que o soro do existir
se deixa evaporar
Mas, se a poesia
for matéria escura
invisível ofício
secreto engenho
que se amadura
então, sim,
ela cura
se refina
no tênue tecido
do cantar por se escrever
sem deixar de ser
som
sem se deixar
emudecer
Marco Villarta
Lavras, 11 de junho de 2024.




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