top of page

Essência

Me perguntam sempre

se poesia cura

se for remédio

não é sucedâneo

é subterrâneo da alma

que emerge

na dor retransformada

na vida transmutada

não é elixir

sequer é emplastro

mas é sutil porcelana

delicado vaso de alabastro

em que o soro do existir

se deixa evaporar

Mas, se a poesia

for matéria escura

invisível ofício

secreto engenho

que se amadura

então, sim,

ela cura

se refina

no tênue tecido

do cantar por se escrever

sem deixar de ser

som

sem se deixar

emudecer


Marco Villarta

Lavras, 11 de junho de 2024.

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados

bottom of page