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Epifania in scherzo


Ouço uma música Vejo o colibri Nas árvores poucas Do meu quintal. O meu ser Distrai-se da morte diária Encanta-se Enternece-se Há tanta lindeza No fortuito do acontecer Seja humano ou alheio À nossa condição. Por um efêmero instante O dedilhar de um violão Me leva a ser Outro que não eu E sei, por breves frêmitos de tempo, O que é ser um duende Uma salamandra Ou um elfo. Uma gota de um orvalho cósmico Refresca minha inevitável solidão Sou um ser imaginário Que sai dos sonhos de um demiurgo qualquer Para sonhar-se outro ser Tão imaginário e impossível Quanto sempre serei.


Marco Villarta Lavras, 07 de fevereiro de 2017.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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