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Dessoneto sideral


Qual geômetra de planeta dilacerado

Junto os grumos do que no passado

Pode ter sido um jardim ou um porão

Ignoro se os rumos do que foi sonhado

Perdem-se no céu ou se espatifam no chão


Qual marinheiro da nave de estultos passageiros

Singro as águas de mutável rio

E sentencio com meu leme

Quem treme ao ver desembarcarem

Em animados festejos os insensatos foliões


Qual astronauta de cosmonave sem retorno

Não me desespero com quaisquer meteoros

Nem com desconhecidas nebulosas

Frio, observo nos viajantes as grandes pretensões


Qual misterioso ocupante de destino incerto

Fico por perto de quem acredito poder me orientar

A não descrer das inventadas manobras

Astúcias de quem não tem para onde ir


Marco Villarta

Lavras, 06 de julho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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